As
qualidades humanas definidas pelo Apóstolo Paulo para o serviço
pastoral dos bispos, sacerdotes e diáconos que o Santo Padre
enunciou na sua catequese de ontem.
Nas
saudações finais lançou, mais uma vez, uma mensagem de apelo pelos
cristãos perseguidos e assassinados em várias partes do mundo.
Ontem o Papa Francisco prosseguiu a sua catequese dedicada aos ministros da
Igreja:
Prezados
irmãos e irmãs, bom dia!
Na
catequese precedente pusemos em evidência como o Senhor continua a
apascentar a sua grei através do ministério dos bispos, coadjuvados
pelos presbíteros e diáconos.
É
neles que Jesus se faz presente, no poder do seu Espírito, e
continua a servir a Igreja alimentando nela a fé, a esperança e o
testemunho da caridade.
Portanto,
estes ministérios constituem um grande dom do Senhor para cada
comunidade cristã e para a Igreja inteira, pois são um sinal vivo
da sua presença e amor.
Hoje
queremos perguntar-nos: o que se pede a estes ministros da Igreja,
para que possam viver o seu serviço de modo genuíno e fecundo?
Nas
«Cartas pastorais» enviadas aos seus discípulos Timóteo e Tito, o
apóstolo Paulo pondera atentamente sobre a figura dos bispos, dos
presbíteros e dos diáconos — e também sobre a figura dos fiéis,
dos idosos e dos jovens.
Descreve
cada cristão na Igreja, delineando o objecto da chamada dos bispos,
presbíteros e diáconos, e as prerrogativas que devem ser
reconhecidas em quantos são escolhidos e investidos de tais
ministérios.
Pois
bem, é emblemático que para além dos dotes inerentes à fé e à
vida espiritual — que não podem ser desatendidas, porque são a
própria vida — sejam enumeradas algumas qualidades requintadamente
humanas:
acolhimento,
sobriedade, paciência, mansidão, confiança e magnanimidade. Este é
o alfabeto, a gramática básica de cada ministério!
Deve
ser a gramática básica de cada bispo, sacerdote, diácono.
Sim,
porque sem esta predisposição boa e genuína para encontrar,
conhecer, dialogar, apreciar e relacionar-se com os irmãos de modo
respeitoso e sincero, não é possível oferecer um serviço e um
testemunho deveras jubilosos e credíveis.
Além
disso, há uma atitude de fundo que Paulo recomenda aos seus
discípulos e, por conseguinte, a todos aqueles que são investidos
deste ministério pastoral, quer sejam bispos, sacerdotes,
presbíteros ou diáconos.
O
apóstolo exorta a reavivar continuamente o dom recebido (cf. 1 Tm
4, 14; 2 Tm 1, 6).
Isto
significa que deve ser sempre viva a consciência de que não somos
bispos, sacerdotes ou diáconos porque somos mais inteligentes,
capazes, melhores que os outros, mas só em virtude de um dom, de uma
dádiva de amor conferida por Deus no poder do seu Espírito, para o
bem do seu povo.
Esta
consciência é deveras importante e constitui uma graça que devemos
pedir cada dia! Com efeito, o Pastor consciente de que o seu
ministério brota unicamente da misericórdia e do Coração de Deus,
nunca poderá assumir uma atitude autoritária, como se todos
estivessem aos seus pés, como se a comunidade fosse sua propriedade,
seu reino pessoal.
A
consciência de que tudo é dom, tudo é graça, ajuda o pastor
também a não cair na tentação de se pôr no centro da atenção e
de confiar só em si mesmo.
São
as tentações da vaidade, do orgulho, da suficiência, da soberba.
Deus
não permita que um bispo, um sacerdote ou um diácono pense que sabe
tudo, que tem sempre a resposta certa para tudo e que não precisa de
ninguém!
Ao
contrário, a consciência de ser o primeiro objecto da misericórdia
e da compaixão de Deus deve levar o ministro da Igreja a ser sempre
humilde e compreensivo em relação ao próximo.
Embora
tenha a consciência de ser chamado a preservar com coragem o
depósito da fé (cf. 1 Tm 6, 20), ele deve pôr-se à escuta
do povo.
Com
efeito, está consciente de ter sempre algo a aprender, inclusive
daqueles que ainda podem estar longe da fé e da Igreja.
Depois,
com os seus irmãos de hábito tudo isto deve levar a assumir uma
atitude nova, caracterizada pela partilha, co-responsabilidade e
comunhão.
Caros
amigos, devemos estar sempre gratos ao Senhor, porque na pessoa e no
ministério dos bispos, dos sacerdotes e dos diáconos Ele continua a
guiar e formar a sua Igreja, levando-a a crescer ao longo do caminho
da santidade.
Ao
mesmo tempo, devemos continuar a rezar, para que os pastores das
nossas comunidades possam ser imagens vivas da comunhão e do amor de
Deus.
No
final da audiência geral o Papa Francisco lançou um apelo:
Acompanho
com grande trepidação as dramáticas vicissitudes dos cristãos
que, em várias regiões do mundo, são perseguidos e assassinados
por causa do seu credo religioso.
Sinto
a necessidade de manifestar a minha profunda proximidade espiritual
às comunidades cristãs duramente atingidas por uma violência
absurda que não dá sinais de diminuir, enquanto encorajo os
pastores e os fiéis a ser fortes e firmes na esperança.
Mais
uma vez, dirijo um forte apelo a quantos têm responsabilidades
políticas à nível local e internacional, assim como a todas as
pessoas de boa vontade, a fim de que haja uma vasta mobilização das
consciências a favor dos cristãos perseguidos.
Eles
têm o direito de reencontrar a segurança e a tranquilidade nos seus
países, professando livremente a nossa fé.
Agora
convido-vos a recitar o Pai-Nosso por todos os cristãos, perseguidos
porque são cristãos.
Fontes:
Santa Sé e Rádio Vaticano
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