O
Papa Francisco recebeu na audiência de hoje aos funcionários e ao
executivo do Instituto Nacional Italiano de Previdência Social
(INPS), a quem disse que têm a delicada tarefa de tutelar certos
direitos ligados ao exercício do trabalho, direitos baseados na
própria natureza da pessoa humana e na sua dignidade transcendente
A
vós está confiada a custódia do direito ao descanso, e não apenas
o descanso semanal e as férias a que cada funcionário tem direito
«É
vergonhoso!»
O
Papa Francisco não usa meios termos perante as situações «de
desemprego, injustiça social, trabalho não declarado, precariedade»
assim «tão forte» hoje no mundo, na Itália e mesmo em Roma.
Aos
funcionários do INPS o Papa disse ainda que eles são chamados a
enfrentar desafios cada vez mais complexos, quer da sociedade
contemporânea, com os seus equilíbrios precários e suas relações
frágeis, quer do mundo do trabalho, atormentado pela insuficiência
do emprego e a precariedade das garantias que ele pode oferecer.
A
vossa difícil tarefa é contribuir para que não faltem as
subvenções indispensáveis para a subsistência dos desempregados e
das suas famílias, disse o Papa Francisco que também acrescentou:
“Não
falte nas vossas prioridades uma atenção privilegiada para o
trabalho feminino, e aquela assistência à maternidade que deve
sempre tutelar a vida que nasce e quem a serve diariamente.
Nunca
falte o seguro para a velhice, a doença, os acidentes de trabalho.
Não
falte o direito à pensão, e sublinho: o direito, porque trata-se de
direito.
Sede
conscientes da suprema dignidade de cada trabalhador, ao serviço de
quem se destina o vosso trabalho.
Apoiando
o seu rendimento durante e depois do período de trabalho, vós
contribuis para a qualidade do seu empenho como investimento para uma
vida verdadeiramente humana”.
“O
trabalho não pode ser uma mera engrenagem no mecanismo perverso que
tritura recursos para obter mais e mais lucros; não pode, portanto,
ser prorrogado ou reduzido em função do ganho de uns poucos e de
formas produtivas que sacrificam valores, relações e princípios.
Isto
vale para a economia em geral, que "já não pode recorrer a
remédios que são um novo veneno, como quando se pretende aumentar a
rentabilidade através da redução do mercado de trabalho e criando,
assim, novos excluídos".
“Não
esquecer o homem: este é o imperativo.
Amar
e servir o homem com consciência, responsabilidade, disponibilidade.
Trabalhar
para quem trabalha, e não menos para aqueles que gostariam de
fazê-lo, mas não podem.
Fazê-lo
não como uma obra de solidariedade, mas como dever de justiça e
subsidiariedade.
Amparar
os mais fracos, para que a ninguém falte a dignidade e a liberdade
de viver uma vida autenticamente humana”.
Fontes:
Rádio Vaticano; L'Osservatore Romano
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