Paróquia de S. Cristóvão do Muro

Vigararia Trofa/Vila do Conde
Diocese do Porto - Portugal

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

O PAPA FRANCISCO NA REPÚBLICA CENTRO-AFRICANA



Terminou hoje na República Centro-Africana a 11ª Viagem Apostólica do Papa Francisco
Um sopro de paz nas palavras da Presidente da RCA
   
   
Esta manhã encontrou-se com a comunidade muçulmana na Mesquita Central de Koudoukou em Bangui e às 8H30 celebrou Missa no Estádio do Complexo Desportivo Barthélémy Boganda.
Às 11h30 o Papa Francisco partiu do Aeroporto Internacional “M’Poko”, de Bangui, estando a chegada ao aeroporto de Roma-Ciampino prevista para às 17H45.

Ontem, no discurso de boas-vindas ao Papa, a Presidente do governo provisório da República Centro-Africana, Catherine Samba Panza, deu graças a Deus por esta visita se ter concretizado e exprimiu apreço ao Papa pelo exemplo de coragem que dá a todos, deslocando-se àquele país, não obstante as reais condições de insegurança.
Agradeceu também pela atenção e solidariedade que o Papa tem tido para com as vítimas da crise centro-africana, convidando todos a envidar esforços no sentido de reconstruir a coesão nacional.
Uma confirmação – disse a Presidente – de estamos realmente perante um Papa comprometido com os pobres e os que sofrem.

Em nome de toda a classe dirigente e dos que contribuíram para a descida do país ao inferno, Catherine Panza pediu perdão por todo o mal que tem sido feito na RCA ao longo da história do país.
Males cometidos por pessoas que se dizem crentes, mas como se pode ser crente e destruir lugares de culto, assassinar o próximo, violar, destruir bens dos outros e cometer toda a espécie de violência? - perguntou-se a Presidente, dizendo que têm absoluta necessidade desse perdão porque os corações estão endurecidos pelas forças do mal.
Necessitam desse perdão para retomar o caminho da realização e reafirmação da sua própria humanidade.

A Presidente Panza disse ao Papa Francisco:
A vossa presença entre nós deve-nos reconciliar com a Paz.
Que o sopro da paz que trazeis permaneça na República Centro-Africana e ponha nela o estandarte da Glória de Deus”


Situada no coração de África, o país onde uma granada custa menos do que uma Coca-Cola, assim noticiava a BBC em Fevereiro de 2015, referindo que “as granadas vêm da China ou da Bulgária. Os morteiros são do Sudão. Os lançadores de foguetes foram fabricados no Irão. As balas no Reino Unido, na Bélgica e na República Checa. Espanha e Camarões fornecem os cartuchos de espingarda. E a lista continua.”

A República Centro-Africana tem vivido momentos de grande instabilidade política desde sua independência da França em 1960 e é um dos países menos desenvolvidos do mundo.
Significativo foi o período liderado pelo auto-declarado imperador Jean-Bedel Bokassa, regime que terminou em 1979, quando foi derrubado por um golpe liderado por David Dacko e apoiado por comandos franceses baseados no país.
Após dois anos de mandato, Dacko foi derrubado por André Kolingba, que finalmente permitiu eleições presidenciais multipartidárias sendo rejeitado na primeira volta.
Ange-Félix Patassé, sucessor do Sr. Kolingba, teve de lidar com distúrbios graves que culminaram em tumultos e saques em 1997.
Entretanto é criada uma força de manutenção da paz financiada pela França.
Em 1999, Patassé é eleito de novo presidente, com alegações de fraude eleitoral, sendo derrubado num golpe de Estado em 2003 e seguido para o exílio no Togo.
Armas ilegais proliferam em toda a República Centro-Africana, o legado de anos de agitação.
Entre 2008 e 2012 verificaram-se progressos na estabilização; mas uma nova aliança rebelde expulsa o presidente François Bozizé em Março 2013.
O país mergulha numa onda de violência étnica e sectária, com milhares de pessoas fugindo de suas casas.
Voltam as tropas francesas e a ONU assume e amplia a missão de paz em de Setembro de 2014.
A República Centro-Africana possui consideráveis recursos agrícolas, água e minerais. Mas a corrupção é abundante e prejudica as indústrias de madeira e diamantes.

A República Centro-Africana em números:

Com uma população de 4,6 milhões - 50% de cristãos; 15% muçulmanos e 35% crenças indígenas;
Uma área de mais de seis vezes a de Portugal;
Anos de conflito e mau governo;
Anteriormente governado pelo imperador Jean-Bedel Bokassa;
Rico em diamantes;
Desde Setembro 2014, com uma força de 10.000 homens da ONU numa missão de paz;
A França tem cerca de 2.000 soldados na sua ex-colónia.


Santa Missa celebrada no Estádio Barthélémy Boganda, na República Centro-Africana, às 8H30 da manhã de hoje:




Fontes: Rádio Vaticano; Centro Televisivo do Vaticano; BBC

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