Terminou
hoje na República Centro-Africana a 11ª Viagem Apostólica do Papa
Francisco
Um
sopro de paz nas palavras
da Presidente da RCA
Esta
manhã encontrou-se com a comunidade muçulmana na Mesquita Central
de Koudoukou em Bangui e às 8H30 celebrou Missa no Estádio do
Complexo Desportivo Barthélémy Boganda.
Às
11h30 o Papa Francisco partiu do Aeroporto Internacional “M’Poko”,
de Bangui, estando a chegada ao aeroporto de Roma-Ciampino prevista
para às 17H45.
Ontem,
no discurso de boas-vindas ao Papa, a Presidente do governo
provisório da República Centro-Africana, Catherine Samba Panza, deu
graças a Deus por esta visita se ter concretizado e exprimiu apreço
ao Papa pelo exemplo de coragem que dá a todos, deslocando-se àquele
país, não obstante as reais condições de insegurança.
Agradeceu
também pela atenção e solidariedade que o Papa tem tido para com
as vítimas da crise centro-africana, convidando todos a envidar
esforços no sentido de reconstruir a coesão nacional.
Uma
confirmação – disse a Presidente – de estamos realmente perante
um Papa comprometido com os pobres e os que sofrem.
Em
nome de toda a classe dirigente e dos que contribuíram para a
descida do país ao inferno, Catherine Panza pediu perdão por todo o
mal que tem sido feito na RCA ao longo da história do país.
Males
cometidos por pessoas que se dizem crentes, mas como se pode ser
crente e destruir lugares de culto, assassinar o próximo, violar,
destruir bens dos outros e cometer toda a espécie de violência? -
perguntou-se a Presidente, dizendo que têm absoluta necessidade
desse perdão porque os corações estão endurecidos pelas forças
do mal.
Necessitam
desse perdão para retomar o caminho da realização e reafirmação
da sua própria humanidade.
A
Presidente Panza disse ao Papa Francisco:
“A
vossa presença entre nós deve-nos reconciliar com a Paz.
Que
o sopro da paz que trazeis permaneça na República Centro-Africana e
ponha nela o estandarte da Glória de Deus”
Situada
no coração de África, o
país onde uma granada custa menos do que uma Coca-Cola,
assim noticiava a BBC em Fevereiro de 2015, referindo que “as
granadas vêm da China ou da Bulgária. Os morteiros são do Sudão.
Os lançadores de foguetes foram fabricados no Irão. As balas no
Reino Unido, na Bélgica e na República Checa. Espanha e Camarões
fornecem os cartuchos de espingarda. E a lista continua.”
A
República Centro-Africana tem vivido momentos de grande
instabilidade política desde sua independência da França em 1960 e
é um dos países menos desenvolvidos do mundo.
Significativo
foi o período liderado pelo auto-declarado imperador Jean-Bedel
Bokassa, regime que terminou em 1979, quando foi derrubado por um
golpe liderado por David Dacko e apoiado por comandos franceses
baseados no país.
Após
dois anos de mandato, Dacko foi derrubado por André Kolingba, que
finalmente permitiu eleições presidenciais multipartidárias sendo
rejeitado na primeira volta.
Ange-Félix
Patassé, sucessor do Sr. Kolingba, teve de lidar com distúrbios
graves que culminaram em tumultos e saques em 1997.
Entretanto
é criada uma força de manutenção da paz financiada pela França.
Em
1999, Patassé é eleito de novo presidente, com alegações de
fraude eleitoral, sendo derrubado num golpe de Estado em 2003 e
seguido para o exílio no Togo.
Armas
ilegais proliferam em toda a República Centro-Africana, o legado de
anos de agitação.
Entre
2008 e 2012 verificaram-se progressos na estabilização; mas uma
nova aliança rebelde expulsa o presidente François Bozizé em Março
2013.
O
país mergulha numa onda de violência étnica e sectária, com
milhares de pessoas fugindo de suas casas.
Voltam
as tropas francesas e a ONU assume e amplia a missão de paz em de
Setembro de 2014.
A
República Centro-Africana possui consideráveis recursos agrícolas,
água e minerais. Mas a corrupção é abundante e prejudica as
indústrias de madeira e diamantes.
A
República Centro-Africana em números:
Com
uma população de 4,6 milhões - 50% de cristãos; 15% muçulmanos e
35% crenças indígenas;
Uma
área de mais de seis vezes a de Portugal;
Anos
de conflito e mau governo;
Anteriormente
governado pelo imperador Jean-Bedel Bokassa;
Rico
em diamantes;
Desde
Setembro 2014, com uma força de 10.000 homens da ONU numa missão de
paz;
A
França tem cerca de 2.000 soldados na sua ex-colónia.
Santa
Missa celebrada no Estádio Barthélémy Boganda, na República
Centro-Africana, às 8H30 da manhã de hoje:
Fontes:
Rádio Vaticano; Centro Televisivo do Vaticano; BBC
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