Paróquia de S. Cristóvão do Muro

Vigararia Trofa/Vila do Conde
Diocese do Porto - Portugal

terça-feira, 10 de setembro de 2024

45ª VIAGEM APOSTÓLICA DO PAPA FRANCISCO (IX)


 



O dia em Timor-Leste

  


A visita do Papa Francisco à Escola Irmãs Alma para crianças com deficiência foi o primeiro compromisso oficial desta Terça-feira. Deixar que Deus cuide de nós… para o Papa, é o que ensinam as crianças e jovens acolhidos por esta escola. Aos presentes, o Pontífice dirigiu a seguinte saudação: “Há uma coisa que sempre me faz pensar: quando Jesus fala do julgamento final, ele diz a algumas pessoas: 'Venham comigo', mas não diz “Venham comigo porque foram baptizados, porque foram crismados, porque se casaram na Igreja, porque não mentiram, porque não roubaram...”. E Jesus diz: “Vem comigo porque cuidaste de mim quando eu estava com fome deste-me comida, quando eu estava com sede deste-me de beber, quando eu estava doente visitaste-me”, e assim por diante... Eu chamo isto de 'o sacramento dos pobres'. Um amor que encoraja, que constrói e fortalece”. E é isso que encontramos aqui: amor. Sem amor, isso não pode ser entendido. E é assim que entendemos o amor de Jesus, que deu sua vida por nós. Não podemos compreender o amor de Jesus se não começarmos a praticar o amor. Compartilhar a vida com os mais necessitados é um programa, o vosso programa, é o programa de todo cristão. Gostaria de agradecer-lhes pelo que fazem e gostaria de agradecer também às meninas, aos meninos, aos jovens e às jovens que nos dão o testemunho de deixar-se cuidar por Deus. Pois são eles que nos ensinam como devemos nos deixar cuidar por Deus.


Na catedral de Díli, o Papa Francisco encontrou-se com os líderes pastorais do país e reiterou que anunciar Cristo significa servir os pobres, vigiando sobre nós mesmos, "porque a mediocridade e a tibieza espiritual andam sempre à espreita". "O perfume do Evangelho deve ser difundido contra tudo o que humilha, deturpa e destrói a vida humana", disse ainda o Papa. No coração de Cristo as periferias da existência são o centro: “Porque está nas fronteiras, encontra-se no centro do Evangelho! Este é um paradoxo que devemos aprender: nos Evangelhos as fronteiras são o centro e uma Igreja que não é capaz de chegar às fronteiras e que se esconde no centro é uma Igreja muito doente. Uma Igreja que pensa na periferia, envia missionários, coloca-se naquelas fronteiras que são o centro, o centro da Igreja. Obrigado por estar nas fronteiras. No coração de Cristo, as periferias da existência são o centro.”

O Santo Padre disse aos sacerdotes: "Soube que o povo se dirige a vós com muito carinho, chamando-vos 'Amu', que é o título mais importante entre vós e significa 'senhor'" e deixou uma recomendação: “Isso não deve provocar em vós um sentimento de superioridade em relação ao povo: vós sois do povo. Não se deixem levar pela tentação do orgulho e do poder; não deve fazer-vos pensar no ministério como um prestígio social. Não! O ministério é um serviço. Lembremo-nos disto: com o perfume se ungem os pés de Cristo, que são os pés dos nossos irmãos na fé, começando pelos mais pobres.


No final da manhã, o Papa Francisco recebeu na Nunciatura 41 jesuítas de várias regiões asiáticas, com quem teve uma conversa de 45 minutos sobre diversos temas, entre eles a inculturação. Após o encontro com o clero na Catedral da Assunção, o Papa Francisco foi abraçar o padre João Felgueiras, de 103 anos, um dos jesuítas mais idosos do mundo. O sacerdote português, que vive em Timor-Leste desde a ocupação indonésia e nunca abandonou o país, recebeu uma homenagem pública do Papa.



No final do dia, o Papa Francisco presidiu à Eucaristia celebrada na Esplanada de Taçi Tolu, em Díli. «Um menino nasceu para nós, um filho nos foi dado» - com este versículo extraído do 9° Capítulo do Livro do Profeta Isaías, o Papa Francisco iniciou sua homilia. Com essas palavras, "o profeta Isaías dirige-se aos habitantes de Jerusalém, numa época próspera para a cidade, mas infelizmente caracterizada por uma grande decadência moral". “Há muita riqueza, porém o bem-estar cega os poderosos, iludindo-os com a ideia de serem auto-suficientes, de não precisarem do Senhor, e a sua presunção leva-os a ser egoístas e injustos”. É por isso que, apesar de haver tantos bens, os pobres são abandonados e passam fome, a infidelidade alastra e a prática religiosa se reduz, cada vez mais, a mera formalidade. A fachada enganadora de um mundo, à primeira vista perfeito, esconde assim uma realidade mais sombria, mais dura e cruel, com necessidade de conversão, misericórdia e cura. O Papa Francisco concluiu, convidando cada um enquanto homem e mulher, enquanto Igreja e sociedade, a pedir "a sabedoria de reflectir no mundo a luz forte e terna do Deus de amor, daquele Deus que, como rezamos no Salmo responsorial, «levanta do pó o indigente e tira o pobre da miséria, para o fazer sentar entre os grandes»".



Destaques dos principais momentos da visita do Papa Francisco em Timor-Leste esta Terça-feira:


Fontes: Santa Sé; Notícias do Vaticano


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