Encerra hoje a Viagem Apostólica
com a Missa e Oração do Ângelus
A Missa no Estádio Rei Balduíno, em Bruxelas, marcou o encerramento da Viagem Apostólica do Papa Francisco à Bélgica e Luxemburgo. Durante a homilia, o Papa pronunciou palavras fortes contra os abusadores, pedindo que os casos sejam revelados e não encobertos. Na homilia, reflectiu sobre as palavras de Jesus: «Se alguém escandalizar um destes pequeninos que crêem, melhor seria que fosse jogado no mar com uma pedra de moinho amarrada ao pescoço» (Mc 9, 42).
“Pensemos no que acontece quando os pequeninos são escandalizados, atingidos, abusados por quem deveria cuidar deles; nas feridas de dor e de impotência antes de tudo nas vítimas, mas também nos seus familiares e na comunidade. Com a mente e com o coração, lembro as histórias de alguns desses "pequeninos" que encontrei anteontem. Eu ouvi-os, senti o seu sofrimento de abusados e repito aqui: na Igreja há lugar para todos, todos, todos, mas todos seremos julgados e não há lugar para o abuso, não há lugar para encobrir o abuso. Peço a todos: não encobrir os abusos. Peço aos bispos: não encobrir os abusos. Condenar os abusadores e ajudá-los a curarem-se desta doença do abuso. O mal não deve ser escondido, mas revelado, que se saiba, como fizeram alguns abusados, e com coragem. Que se saiba. E que seja julgado o abusador, seja leiga, leigo, padre ou bispo: que seja julgado!”
O Papa abordou a comunhão, inspirando-se na Carta de São Tiago, que nos exorta a evitar o egoísmo e a abraçar o caminho do amor e da partilha. Para o Pontífice, a falta de misericórdia, especialmente com os mais pobres e marginalizados, é um verdadeiro “escândalo” na nossa sociedade:
“Pensemos, por exemplo, na situação de tantos imigrantes sem documentos: são pessoas, irmãs e irmãos que, como todos, sonham com um futuro melhor para si e para os seus e, em vez disso, ficam muitas vezes sem ser escutados e acabam por ser vítimas de exploração”.
Por fim, o Santo Padre destacou a importância do testemunho na vida cristã trazendo à luz o exemplo da nova beata Ana de Jesus. A carmelita, que seguiu os passos de Santa Teresa de Ávila, deixou um legado de simplicidade, oração e caridade em uma época de grandes desafios:
“Numa época marcada por dolorosos escândalos, tanto dentro como fora da comunidade cristã, ela e as suas companheiras conseguiram trazer de novo tantas pessoas à fé a ponto de alguém descrever a sua fundação nesta cidade como um ‘íman espiritual’”.
No final da Missa em Bruxelas, o Papa agradeceu o acolhimento que recebeu seja das autoridades, seja da população belga e recordou que este Domingo, 29 de Setembro, se celebra o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, com o tema “Deus caminha com seu povo”.
"Deste país, a Bélgica, que foi e ainda é destino de tantos migrantes, renovo meu apelo à Europa e à Comunidade Internacional para que considerem o fenómeno migratório como uma oportunidade de crescerem juntos em fraternidade, e convido todos a verem em cada irmão e irmã migrante o rosto de Jesus, que se fez hóspede e peregrino entre nós."
Na sequência, o Pontífice mais uma vez expressou sua preocupação com a ampliação e a intensificação do conflito no Líbano.
"O Líbano é uma mensagem, mas neste momento é uma mensagem atormentada e essa guerra está tendo efeitos devastadores sobre a população: muitas, muitas pessoas continuam a morrer dia após dia no Médio Oriente. Rezemos pelas vítimas, por suas famílias, rezemos pela paz. Peço a todas as partes que cessem imediatamente o fogo no Líbano, em Gaza, no restante da Palestina e em Israel. Libertem os reféns e permitam a ajuda humanitária. Não vamos esquecer-nos da martirizada Ucrânia."
O avião papal partiu da Base Aérea Militar Belga de Melsbroek às 13H21 e chegou a Roma às 15H00, horas locais.
Fontes: Santa Sé; Notícias do Vaticano
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